Este é um espaço para publicar meus pensamentos, convicções, idéias de forma ética, sejam elas teólogicas ou de práticas eclesiológicas, buscando e defendendo a autenticidade bíblica. " O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons". Quero interagir com você e ter o privilégio de saber que você leu o que escrevo. Sinta-se em casa.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Baal e os evangélicos



Muitos cristãos hoje em dia possuem uma mentalidade toma lá, dá cá em seu relacionamento com Deus.

Os cananeus, isto é, os moradores dos países vizinhos de Israel, tinham vários deuses. O principal era Baal. Era esse o deus do vento e do clima. De acordo com o baalismo, era Baal quem enviava orvalho, chuva e neve e, conseqüentemente, quem dava fertilidade para a terra. Os cananeus acreditavam que era por causa do deus Baal que, ano após ano, a vegetação retornava após a estiagem, as fêmeas dos animais tinham inúmeras crias e as mulheres davam muitos filhos e filhas para seus maridos.

Mas por que isso era tão importante para os cananeus? É preciso lembrar que aquelas pessoas dependiam basicamente da natureza. Não havia grandes cidades com suas fábricas, lojas e escritórios. Ou seja, os empregos não estavam nas cidades, mas na lavoura, e a imensa maioria das pessoas morava no campo, cultivando a terra e criando animais para sobreviver. Se houvesse muita seca, não teriam alimento para comer, trabalho para fazer, água para beber, nem mesmo animais para sacrificar ao seu deus. Além disso, sem comida, a saúde deles estaria comprometida. E, se não tivessem descendentes, quem iria cuidar deles na velhice? Então, o que fazer para conseguir a fertilidade em casa e no campo? Adorar Baal era, para eles, a chave para desfrutar de todas essas vantagens. Os baalistas acreditavam que, se agradassem Baal, ele seria um deus bom para eles.

Comparemos, agora, Baal com Javé, o Deus dos israelitas. Sem dúvida alguma Javé era (e continua sendo) um Deus bom. Segundo a Bíblia, é ele quem controla as estações do ano, o sol e a chuva, que faz com que a terra produza alimento. É o Deus que, no final das contas, nos faz felizes. Conforme disseram Barnabé e Paulo aos moradores de Listra, Deus é "bondoso, dando-nos chuva do céu e colheitas no tempo certo, concedendo-nos sustento com fartura e um coração cheio de alegria" (Atos 14.17). Até aqui Baal e Javé se parecem. Tanto um quanto outro cuidam dos seres humanos.

Todavia, existem duas diferenças principais. A primeira é que Baal era um deus de mentira. Só existia na imaginação dos seus seguidores. Javé, no entanto, é verdadeiro. Por isso os profetas de Baal pediram em vão a seu deus que mandasse fogo do céu, mas Javé, atendendo à oração de Elias, fez o que Baal não conseguiu fazer (1 Reis 18.21-39).

A segunda diferença é que, ao contrário de Baal, Javé está interessado não apenas no nosso bem-estar físico. Ele quer, acima de tudo, que estejamos firmes no nosso íntimo. E nada melhor do que uma boa provação para fortalecer os músculos da fé. Conforme nos ensina Pedro, Deus permite dificuldades e sofrimentos para que tenhamos certeza de que a nossa fé é verdadeira (1 Pedro 1.7). O que ele está dizendo é que sabemos que estamos em boas condições espirituais quando reagimos corretamente diante dos problemas da vida. É assim que Javé trabalha. Se de um lado ele oferece coisas boas para todos, até mesmo para aqueles que não o adoram (Mateus 5.45; Tiago 1.17), de outro ele também envia provações... para o bem daqueles que lhe pertencem!!! Como isso funciona? Bem, de acordo com Tiago, o irmão de Jesus, os problemas são um desafio para ficarmos firmes. Ele declara não apenas que "a prova da nossa fé produz perseverança", mas também que a perseverança conduz à maturidade e integridade (Tiago 1.3, 4).

No baalismo antigo as pessoas ofereciam dádivas a Baal na tentativa de conseguir seus favores e achavam que, se o agradassem, ele tinha a obrigação de abençoá-los. Era um toma lá, dá cá. Achavam que, sacrificando a Baal, receberiam fartura como recompensa. Hoje há muitos cristãos com essa mentalidade baalista. No baalismo “evangélico” de hoje em dia, as pessoas pensam que, se derem o dízimo, se não faltarem aos cultos da igreja, se participarem de todas as reuniões de oração, se fizerem isto e mais aquilo, então vão ter família sem problemas, bom emprego (de preferência com direito a promoção a cada ano), saúde de dar inveja, casa confortável, carro novo na garagem, dinheiro no banco, etc.

No entanto, o Deus da Bíblia nos promete felicidade, mas não necessariamente prosperidade. É o que se percebe nas palavras do profeta Habacuque: "Mesmo não florescendo a figueira, e não havendo uvas nas videiras, mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral, nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei em Javé e me alegrarei no Deus da minha salvação. Javé, o Soberano, é a minha força" (Habacuque 3.17-19a).

O baalista só quer saber de receber coisas boas. Não admite passar por sofrimento. O verdadeiro cristão raciocina como Jó, "Aceitaremos o bem dado por Deus, e não o mal?" (Jó 2.10). Quem segue a Jesus para valer reconhece que até mesmo as dificuldades da vida são bênçãos disfarçadas, são oportunidade de fortalecer nossa fé. E você, é adorador de Baal ou Javé?

Fonte: Márcio Redondo. Publicado em http://www.vidanova.com.br/teologiadet.asp?codigo=5.

O evangelho dos evangélicos



“Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” [Jesus Cristo]

Estou convencido de que um é o evangelho dos evangélicos, outro é o evangelho do reino de Deus. Registro que uso o termo “evangélico” para me referir à face hegemônica da chamada igreja evangélica, como se apresenta na mídia radiofônica e televisiva.

O evangelho dos evangélicos é estratificado. Tem a base e tem a cúpula. Precisamos falar com muito cuidado da base, o povo simples, fiel e crédulo. Mas precisamos igualmente discernir e denunciar a cúpula. A base é movida pela ingenuidade e singeleza da fé; a cúpula, muita vez é oportunista, mal intencionada, e age de má fé. A base transita livremente entre o catolicismo, o protestantismo e as religiões afro. A base vai à missa no domingo, faz cirurgia em centro espírita, leva a filha em benzedeira, e pede oração para a tia que é evangélica. Assim é o povo crédulo e religioso. Uma das palavras chave desta estratificação é “clericalismo”: os do palco manipulando os da platéia, os auto-instituídos guias espirituais tirando vantagem do povo simples, interesseiro, ignorante e crédulo.

A cúpula é pragmática, e aproveita esse imaginário religioso como fator de crescimento da pessoa jurídica, e enriquecimento da pessoa física. Outra palavra chave é “sincretismo”. A medir por sua cúpula, a igreja evangélica virou uma mistura de macumba, protestantismo e catolicismo. Tem igreja que se diz evangélica promovendo “marcha do sal”: você atravessa um tapete de sal grosso, sob a bênção dos pastores, e se livra de mal olhado, dívida, e tudo que é tipo de doença. Já vi igreja que se diz evangélica distribuir cajado com água do Jordão (i.é, um canudo de bic com água de pia), para quem desejasse ungir o seu negócio, isto é, o seu business. Lembro de assistir a um programa de TV onde o apresentador prometia que Deus liberaria a unção da casa própria para quem se tornasse um mantenedor financeiro de sua igreja.

O povo religioso é supersticioso e cheio de crendices. Assim como o Brasil. Somos filhos de portugueses, índios, africanos, e muitos imigrantes de todo canto do planeta. Falar em espíritos na cultura brasileira é normal. Crescemos cheios de crendices: não se pode passar por baixo de escada; gato preto dá azar; caiu a colher, vem visita mulher, caiu garfo, vem visita homem; e outras tantas idéias sem fundamento. Somos assim, o povo religioso é assim. Tem professor de universidade federal dando aula com cristal na mão para se energizar enquanto fala de filosofia.

E a cúpula evangélica aproveita a onda e pratica um estelionato religioso: oferece uma proposta ritualística que aprisiona, promove a culpa e, principalmente, ilude, porque promete o que não entrega. Aliás, os jornais começam a noticiar que os fiéis estão reivindicando indenizações e processando igrejas por propaganda enganosa.

O evangelho dos evangélicos é estratificado. A base é movida pela ingenuidade e singeleza da fé, e a cúpula é oportunista. A base transita entre o catolicismo, o protestantismo e as religiões-afro, e a cúpula é pragmática. A base é cheia de crendices e a cúpula pratica o estelionato religioso.

O evangelho dos evangélicos é mercantilista, de lógica neoliberal. Nasce a partir dos pressupostos capitalistas, como, por exemplo, a supremacia do lucro, a tirania das relações custo-benefício, a ênfase no enriquecimento pessoal, a meritocracia – quem não tem competência não se estabelece. Palavra chave: prosperidade. Desenvolve-se no terreno do egocentrismo, disfarçado no respeito às liberdades individuais. Palavra chave: egoísmo. Promove a desconsideração de toda e qualquer autoridade reguladora dos investimentos privados, onde tudo o que interessa é o lucro e a prosperidade do empreendedor ou investidor. Palavra chave: individualismo. Expande-se a partir da mentalidade de mercado. Tanto dos líderes quanto dos fiéis. Os líderes entram com as técnicas de vendas, as franquias, as pirâmides, o planejamento de faturamento, comissões, marketing, tudo em favor da construção de impérios religiosos. Enquanto os fiéis entram com a busca de produtos e serviços religiosos, estando dispostos inclusive a pagar financeiramente pela sua satisfação. Em síntese, a religião na versão evangélica hegemônica é um negócio.

O sujeito abre sua micro-empresa religiosa, navega no sincretismo popular, promete mundos e fundos, cria mecanismos de vinculação e amarração simbólicas, utiliza leis da sociologia e da psicologia, e encontra um povo desesperado, que está disposto a pagar caro pelo alívio do seu sofrimento ou pela recompensa da sua ganância.

Em terceiro lugar, o evangelho dos evangélicos é mágico. Promove a infantilização em detrimento da maturidade, a dependência em detrimento da emancipação, e a acomodação em detrimento do trabalho.

Pra ser evangélico você não precisa amadurecer, não precisa assumir responsabilidades, não precisa agir. Não precisa agregar virtudes ao seu caráter ou ao processo de sua vida. Primeiro porque Deus resolve. Segundo porque se Deus não resolver, o bispo ou o apóstolo resolvem. Observe a expressão: “Estou liberando a unção”. Pensando como isso pode funcionar, imaginei que seria algo como o apóstolo ou bispo dizendo ao Espírito Santo: “Não faça nada por enquanto, eles não contribuíram ainda, e eu não vou liberar a unção”.

Existe, por exemplo, a unção da superação da crise doméstica. Como isso pode acontecer? A pessoa passa trinta anos arrebentando com o seu casamento, e basta se colocar sob as mãos ungidas do apóstolo, que libera a unção, e o casamento se resolve. Quem não quer isso? Mágica pura.

O sujeito é mau-caráter, incompetente para gerenciar o seu negócio, e não gosta de trabalhar. Mas basta ir ao culto, dar uma boa oferta financeira, e levar para casa um vidrinho de óleo de cozinha para ungir a empresa e resolver todos os problemas financeiros.

Essa postura de não assumir responsabilidades, de não agir com caráter, e esperar que Deus resolva, ou que o apóstolo ou bispo liberem a unção tem mais a ver com pensamento mágico do que com fé.

Em quarto lugar, o evangelho dos evangélicos tem espírito fundamentalista. Peço licença para citar Frei Beto: “O fundamentalismo interpreta e aplica literalmente os textos religiosos, não sabe que a linguagem simbólica da Bíblia, rica em metáforas, recorre a lendas e mitos para traduzir o ensinamento religioso.” O espírito fundamentalista é literalista, e o mais grave é que o espírito fundamentalista se julga o portador da verdade, não admite críticas, considerações ou contribuições de outras correntes religiosas ou científicas.

Quem tem o espírito fundamentalista não dialoga, pois considera infiéis, heréticos, ou, na melhor das hipóteses, equivocados sinceros, todos os que não concordam com seus postulados, que não são do mesmo time, e não têm a mesma etiqueta. Quem tem o espírito fundamentalista se considera paradigma universal. Dialoga por gentileza, não por interesse em aprender. Ouve para munir-se de mais argumentos contra o interlocutor. Finge-se de tolerante para reforçar sua convicção de que o outro merece ser queimado nas fogueiras da inquisição. Está convencido de que só sua verdade há de prevalecer.

Mais uma vez Frei Beto: “o fundamentalista desconhece que o amor consiste em não fazer da diferença, divergência”. Por causa do espírito fundamentalista, o evangelho dos evangélicos é sectário, intolerante, altamente desconectado da realidade. O evangelho dos que têm o espírito do fundamentalismo é dogmático, hermético, fechado a influências, e, portanto, é burro e incoerente.

Em quinto lugar, o evangelho dos evangélicos é um simulacro. Simulacro é a fotografia mais bonita que o sanduíche. Não me iludo, o evangelho dos evangélicos é mais bonito na televisão do que na vida. As promessas dos líderes espirituais são mais garantidas pela sua prepotência do que pela sua fé. Temos muitos profetas na igreja evangélica, mas acredito que tenhamos muito mais falsos-profetas. Os testemunhos dos abençoados são mais espetaculares do que a realidade dos cristãos comuns. De vez em quando (isso faz parte da dimensão masoquista da minha personalidade) fico assistindo estes programas, e penso que é jogada de marketing, testemunho falso. Mas o fato é que podem ser testemunhos por amostragem. Isto é, entre os muitos que faliram, há sempre dois ou três que deram certo. O testemunho é vendido como regra, mas na verdade é apenas exceção.

A aparência de integridade dos líderes espirituais é mais convincente na TV e no rádio do que na realidade de suas negociatas. A igreja evangélica esta envolvida nos boatos com tráficos de armas, lavagem de dinheiro, acordos políticos, vendas de igrejas e rebanhos, imoralidade sexual, falsificação de testemunho, inadimplência, calotes, corrupção, venda de votos.

A integridade do palco é mais atraente do que a integridade na vida. A fé expressa no palco, e nas celebrações coletivas é mais triunfante, do que a fé vivida no dia a dia. Os ideais éticos, e os princípios de vida são mais vivos nos nossos guias de estudos bíblicos e sermões do que nas experiências cotidianas dos nossos fiéis. Os gabinetes pastorais que o digam: no ambiente reservado do aconselhamento espiritual a verdade mostra sua cara.

Estratificado, mágico, mercantilista, fundamentalista, e simulacro. Eis o evangelho dos “evangélicos”.

Fonte: KIVITZ, Ed René. O evangelho dos evangélicos. Disponível em: http://www.outraespiritualidade.blogspot.com

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A sã doutrina está sob ameaça quando...





Gr. hupokrisía,as (forma posterior) e hupókrisis,eós 'resposta, resposta de oráculo; ação de desempenhar um papel, uma peça, uma pantomima; desempenho teatral, declamação; simulação, dissimulação, falsa aparência'

Nós, cristãos conservadores, somos muitos preocupados com o relativismo quando falamos de preservação doutrinária. É, realmente, impossível crer em doutrinas da fé cristã e ainda ser um relativista prático. Bem que nenhum relativista é totalmente prático e coerente, pois todos os humanos vivem em função de crenças. O relativismo é uma "doutrina que segundo a qual os valores morais não apresentam validade universal e absoluta, diversificando-se ao sabor de circunstâncias históricas, políticas e culturais" (Houaiss).

Mas seria o relativismo a única ameaça para as doutrinas da fé cristã? Longe disso, pois a principal ameaça reside justamente no cristianismo prático que nós dizemos viver. O mundo pós-moderno ou ultramoderno, como queiram definir, cobra coerência dos crentes de qualquer crença, mesmo que eles sejam os primeiros hipócritas. Sim, hoje somos mais cobrados pela coerência entre a nossa fé (que pregamos) e a nossa prática (que vivemos).

E aí? A sã doutrina está sob ameaça quando não vivemos o que pregamos. Mas você já ouviu esse discurso moralista por aí. Não preciso lembrar que nós devemos ser coerentes. Mas também não se engane. Nunca seremos totalmente coerentes. A nossa fé é de uma beleza tal que nós somos maus demais para vivê-la integralmente, mesmo sabendo que contamos com a graça divina para tal. Porém, devemos lutar contra a hipocrisia, mas ela sempre será uma das nossas principais tentações. É o teatro da vida querendo nos conquistar.

Lutando contra a hipocrisia....

O primeiro caminho para vencer a hipocrisia é reconhecer a nossa limitação. Uma das grandes verdades do cristianismo é a realidade presente do pecado na vida do homem, mesmo que esse seja regenerado, pois "se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós" (I Jo 1.8). A nossa era é a muito hipócrita, pois todo mundo se acha "bonzinho". O segundo caminho para vencer a hipocrisia é nunca vender a imagem de sócio do céu. Não façamos marketing pessoal da santidade, pois enganar pessoas é fácil, mas a Deus é impossível. O terceiro caminho é tomar cuidado com ambientes rígidos demais, muito legalista. O que move o legalismo, muitas vezes, não é o desejo de santidade, mas sim a dissimulação do pecado.

Sim, a sã doutrina é ameaçada pelo relativismo, pelo descaso com o estudo bíblico, mas também pela hipocrisia nossa de cada dia. Parece que Jesus não gostava muito de gente que vendia a imagem de piedosa e era, na verdade, outra coisa (Mt 23.28; Mc 12.15; Lc 12.1. cf. Mt 6.2; 6.5; 6.16; 7.5; 15.7; 23.13; 24.51 e Lc 13.15). Por isso, quando fizermos o papel de exortadores, que também sejamos moderados pela lembrança de que somos humanidade caída.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Temos provocado um Deus santo!



Por Antônio Carlos Costa

Há certos temas que são recorrentes na maior parte dos púlpitos brasileiros. Percebe-se a igreja, por exemplo, bastante preocupada com pedofilia, lei da homofobia, aborto, pornografia, divórcio. Por motivo de integridade intelectual, não se pode crer no Novo Testamento e menosprezar esses assuntos. A liberdade de expressão, os direitos da criança, a santidade da vida humana, a pureza sexual e a importância do matrimônio são valores inegociáveis do cristianismo. Teme-se que se essas iniquidades não forem combatidas pela igreja, Deus julgará o seu povo.

Temos motivos, de fato, para nos preocupar. Porém, muito mais amplos do que o que inquieta a maior parte da igreja. Por que? Porque essas não são as únicas transgressões que a Bíblia denuncia e condena. Há iniquidades, tão graves quanto as supramencionadas, que passam despercebidas por aqueles cujos nomes constam no rol de membros das igrejas brasileiras, e presentes de modo histórico, disseminado e crônico no Brasil.

Não se menciona nos nossos púlpitos a desigualdade social, os casos de homicídio, as péssimas condições de moradia do pobre, a superlotação dos presídios, os salários baixos, a fome, a condição precária dos hospitais, a falta de acesso a educação de qualidade. Como pensar que seremos julgados por Deus pela prática daqueles pecados e não destes? O fato de uns estarem em vias de ser institucionalizados e outros não, não faz diferença, pois jamais houve o caso de um povo ser justificado diante de Deus pela beleza da sua legislação. A lei sem obras é morta.

Tem que ser igualmente enfatizado que o juízo sempre começa pela casa de Deus. O que falar dos que dizem representar os interesses da igreja nas assembléias legislativas estaduais e Congresso Nacional, eleitos com o voto do crente, em campanhas realizadas no horário do culto a Deus? Alguns são reputados como os mais reacionários, vaidosos, alienados, corruptos que se tem notícia. Como deixar de fazer menção das igrejas que lavam dinheiro? Como não mencionar os pastores que deixam suas congregações se transformarem em currais eleitorais de canalhas, em troca de concessão de rádio, aparelhagem de som, legalização de propriedade e tijolo para construir templo?

Não podemos deixar de deplorar as grandes mobilizações -marchas ufanistas-, capazes de levar milhares para as ruas para nada, absolutamente nada. Pessoas são assassinadas aos milhares nas cidades brasileiras, dinheiro público escoa pelo bueiro da corrupção, metade da população habita em bairros sem rede de esgoto, e a igreja se reúne, em número incontável, nas principais cidades do Brasil, sem anunciar que está indo para as ruas a fim de combater essas provocações à santidade de Deus. Qual o motivo de uma passeata pelos direitos e garantias fundamentais do povo brasileiro jamais ter sido realizada pela igreja? A preocupação com a vida, no seu sentido mais amplo, não está presente nos corações dos seus membros, uma vez que estes encontram-se completamente alheios à obscenidade da violação dos direitos humanos, na maioria das vezes perpetrada pelo próprio Estado.

Deixaremos de denunciar as nossas instituições de ensino teológico, muitas das quais, ensinam o exato oposto proclamado pelas Escrituras Sagradas, sem ter quem faça oposição? De igual modo, muitos dos nossos pastores terão que, antes de denunciar os pecados dos de fora, aprender a se desfazer das jóias de ouro que ostentam, dos ternos caríssimos que exibem, dos carros luxuosos que expõe como troféus do seu desempenho e padrão de vida endossado por uma teologia que só serve para justificar a riqueza dos profetas de causa própria, enquanto uma massa de crentes é mantida no padrão social dos mais baixos do país. Igualmente, convém proclamar, que envergonham os céus, campanhas para levantamento de ofertas que fazem tropeçar todo e qualquer brasileiro que tem cérebro, uma vez que apelam para a ignorância e crendice, num contexto de total falta de transparência da administração financeira de instituições evangélicas.

As afrontas a Deus, tanto na nossa nação quanto na igreja, são mais amplas e sérias do que pensamos. Temos provocado um Deus Santo. Por isso, o desrespeito da população brasileira pela igreja, o desprezo pela função do pastor, a falta de interesse dos meios de comunicação pelo que a igreja pensa. Perdemos credibilidade. Setores inteiros da nossa sociedade não conseguem se imaginar presentes em cultos barulhentos, onde não se fala coisa com coisa e dirigidos por homens de vida dúbia.

As maiores ofensas a Deus que ocorrem na nossa nação, só serão combatidas pela igreja, quando esta deixar de agir de modo espasmódico, ingênuo, estreito, superficial. Esses batalhas não se vencem sem evangelização que prega arrependimento para com Deus e fé em Jesus Cristo, oração, protesto nas ruas, busca de informação, pressão sobre as três esferas de poder da república, entre outras ações mais, tão ausentes da práxis das igrejas do nosso país. O que houve conosco? Somos protestantes. Atrás de nós, há uma legião de homens e mulheres, que -por crerem no que creram- protestaram, vindo a selar seu testemunho com seu próprio sangue.

Enquanto nossa mensagem for determinada por uma pregação estranha às reais demandas morais e espirituais do Brasil, carente de relevância, pobre de pertinência histórica, destituída de discernimento temporal e privada de fidelidade às Escrituras, continuaremos a deixar de pregar sobre aquilo que tão extensamente encontramos nos textos proféticos da Bíblia, e que seria proclamado com clareza, paixão e ousadia por qualquer profeta do passado que estivesse em nosso lugar -homens que costumavam ser valentes não apenas dentro do templo-, mas nos locais onde as verdades referentes às demandas do direito e da justiça tinham que fluir como um grande e caudaloso rio.



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Seguir Jesus


Quando leio sobre os chamados dos doze discípulos, observo que em primeiro lugar, eles foram impactados com a presença de Jesus e após esse impacto Jesus os convidam a segui-lo, eles tiveram que deixar tudo para trás, toda a sua cultura, filosofia, crenças, riquezas, e outras coisas que o prendiam em suas vidas, para seguir aquele que iria salvar a humanidade, no decorrer do Novo Testamento vamos ler várias experiências que estes apóstolos tiveram para levar o evangelho de Jesus, perseguições eles sofreram em nome de Jesus, mas faziam com a firmeza de sua fé, levando o nome de Jesus em todo o lugar que eles passavam, muitos foram feitos martírio por não negarem a sua fé.


E hoje irmãos eu pergunto a vocês, seguir a Jesus é fácil? Eu respondo rapidamente com um não; muitos acham que virar cristão é só benção e propriedade, mas esse não é o evangelho de Jesus, ele nos convida a nos unirmos a ele para levarmos o seu nome, como ele levou o nome do Pai, renunciando as coisas deste mundo e ele diz mais; tendes bom ânimo, pois eu venci o mundo, Ele nos convida a nos unirmos com ele na cruz, ao seu sofrimento, pegando a nossa cruz e seguindo-o.

Jesus quer que seu Reino seja estabelecido e conhecido aqui na terra e é para isso que ele nos chama a cada dia, o resto irmãos é conseqüência da nossa obediência, porque ele se agrada em realizar o desejo do nosso coração quando ele nos reconhece como discípulos, ou melhor, filhos dEle.

Mas que possamos viver o verdadeiro e genuíno evangelho, não deixando nossas fraquezas e vaidades deturparem o verdadeiro significado de seguir a Jesus.

Sofra pelo nome dEle, se sacrifique por Ele, como Ele se sacrificou por nós, leve o seu nome e poder, através do seu testemunho de vida, como os discípulos faziam, aproveitem cada oportunidade para apresentar esse Jesus Salvador às pessoas que ainda não o conhecem verdadeiramente.

Seja um canal, é para isso que Jesus te chamou, ele quer que todos conheçam seu nome e poder, então não fique se preocupando com as demais coisas, porque isso, as demais coisas ele te acrescentará. A palavra Dele é viva e eficaz, não falha, então somente creia e segue a Jesus verdadeiramente, não somente em palavras, mas também em atitudes.

E que o poder do Espírito Santo venha sobre você quando ler estas linhas, te enchendo de unção e autoridade para profetizar sobre os enfermos, órfãos e cativos, porque irmãos o nome e o sangue de Jesus é que tem todo o poder sobre a terra, em cima e debaixo dela para fazer todas as coisas.

Receba o Espírito Santo ai onde você estiver agora, ele quer intimidade com você para te fazer vaso na mão dele, diga agora estou aqui senhor, faça a tua vontade e não a minha.

Que você tenha uma experiência neste exato momento com o Espírito Santo, o conheça, e que ele se revele a você neste momento, seja cheio, cheio, cheio dEle.

Receba agora

Em Nome De Jesus!






Santidade gera profundidade



Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. ( I Pedro 1:15)

Nós cristãos, tementes a Jesus Cristo buscamos todos os dias nos santificarmos para sermos o mais parecido com Ele, que foi santo até o fim.

Quando penso sobre santidade me vem à cabeça o estado de sacrifício, isso porque para sermos ou buscarmos a santidade precisamos matar a nossa carne todos os dias, nos ligando a Jesus Cristo em espírito para resistirmos a nossa natureza humana; além disso, precisamos desejar como o bebê deseja o leite materno, a palavra de Deus e seus mandamentos para nossa sobrevivência e nosso crescimento espiritual; deixando assim de sermos meninos diante Dele.

O caminho para a santificação é-nos achegarmos a Jesus Cristo como Ele se chegou ao Pai, buscando essa intimidade e esse relacionamento. Quando nos achegarmos a Cristo, Ele também se chegará a nós, isso gerará um relacionamento e um relacionamento gerará intimidade, e nesta intimidade, Ele Jesus Cristo virá nos discípular individualmente como íntimos, como fez com seus discípulos; através do seu Espírito Santo nos trará a revelação de sua palavra o que fará nós mergulharmos em uma profundidade espiritual.

Jesus não quer um monologo conosco e sim um diálogo, Ele quer nos chamar não somente de filhos, mas também de amigos, mas para isso os nossos ouvidos e olhos espirituais precisam ser livres e ativados, precisamos nos desconectar deste mundo entrando em um estado de intimidade com o nosso Pai através de uma busca constante da santidade.

Que em nosso corpo, alma e espírito haja um despertamento para a busca da santidade.

Fiquem com o Espírito Santo de Deus que tem todo o poder para nos purificar através do sangue de Jesus Cristo!

Graça e paz!

Escrito por: Viviane Barboza.