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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A sã doutrina está sob ameaça quando...





Gr. hupokrisía,as (forma posterior) e hupókrisis,eós 'resposta, resposta de oráculo; ação de desempenhar um papel, uma peça, uma pantomima; desempenho teatral, declamação; simulação, dissimulação, falsa aparência'

Nós, cristãos conservadores, somos muitos preocupados com o relativismo quando falamos de preservação doutrinária. É, realmente, impossível crer em doutrinas da fé cristã e ainda ser um relativista prático. Bem que nenhum relativista é totalmente prático e coerente, pois todos os humanos vivem em função de crenças. O relativismo é uma "doutrina que segundo a qual os valores morais não apresentam validade universal e absoluta, diversificando-se ao sabor de circunstâncias históricas, políticas e culturais" (Houaiss).

Mas seria o relativismo a única ameaça para as doutrinas da fé cristã? Longe disso, pois a principal ameaça reside justamente no cristianismo prático que nós dizemos viver. O mundo pós-moderno ou ultramoderno, como queiram definir, cobra coerência dos crentes de qualquer crença, mesmo que eles sejam os primeiros hipócritas. Sim, hoje somos mais cobrados pela coerência entre a nossa fé (que pregamos) e a nossa prática (que vivemos).

E aí? A sã doutrina está sob ameaça quando não vivemos o que pregamos. Mas você já ouviu esse discurso moralista por aí. Não preciso lembrar que nós devemos ser coerentes. Mas também não se engane. Nunca seremos totalmente coerentes. A nossa fé é de uma beleza tal que nós somos maus demais para vivê-la integralmente, mesmo sabendo que contamos com a graça divina para tal. Porém, devemos lutar contra a hipocrisia, mas ela sempre será uma das nossas principais tentações. É o teatro da vida querendo nos conquistar.

Lutando contra a hipocrisia....

O primeiro caminho para vencer a hipocrisia é reconhecer a nossa limitação. Uma das grandes verdades do cristianismo é a realidade presente do pecado na vida do homem, mesmo que esse seja regenerado, pois "se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós" (I Jo 1.8). A nossa era é a muito hipócrita, pois todo mundo se acha "bonzinho". O segundo caminho para vencer a hipocrisia é nunca vender a imagem de sócio do céu. Não façamos marketing pessoal da santidade, pois enganar pessoas é fácil, mas a Deus é impossível. O terceiro caminho é tomar cuidado com ambientes rígidos demais, muito legalista. O que move o legalismo, muitas vezes, não é o desejo de santidade, mas sim a dissimulação do pecado.

Sim, a sã doutrina é ameaçada pelo relativismo, pelo descaso com o estudo bíblico, mas também pela hipocrisia nossa de cada dia. Parece que Jesus não gostava muito de gente que vendia a imagem de piedosa e era, na verdade, outra coisa (Mt 23.28; Mc 12.15; Lc 12.1. cf. Mt 6.2; 6.5; 6.16; 7.5; 15.7; 23.13; 24.51 e Lc 13.15). Por isso, quando fizermos o papel de exortadores, que também sejamos moderados pela lembrança de que somos humanidade caída.

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