Este é um espaço para publicar meus pensamentos, convicções, idéias de forma ética, sejam elas teólogicas ou de práticas eclesiológicas, buscando e defendendo a autenticidade bíblica. " O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons". Quero interagir com você e ter o privilégio de saber que você leu o que escrevo. Sinta-se em casa.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O evangelho dos evangélicos



“Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” [Jesus Cristo]

Estou convencido de que um é o evangelho dos evangélicos, outro é o evangelho do reino de Deus. Registro que uso o termo “evangélico” para me referir à face hegemônica da chamada igreja evangélica, como se apresenta na mídia radiofônica e televisiva.

O evangelho dos evangélicos é estratificado. Tem a base e tem a cúpula. Precisamos falar com muito cuidado da base, o povo simples, fiel e crédulo. Mas precisamos igualmente discernir e denunciar a cúpula. A base é movida pela ingenuidade e singeleza da fé; a cúpula, muita vez é oportunista, mal intencionada, e age de má fé. A base transita livremente entre o catolicismo, o protestantismo e as religiões afro. A base vai à missa no domingo, faz cirurgia em centro espírita, leva a filha em benzedeira, e pede oração para a tia que é evangélica. Assim é o povo crédulo e religioso. Uma das palavras chave desta estratificação é “clericalismo”: os do palco manipulando os da platéia, os auto-instituídos guias espirituais tirando vantagem do povo simples, interesseiro, ignorante e crédulo.

A cúpula é pragmática, e aproveita esse imaginário religioso como fator de crescimento da pessoa jurídica, e enriquecimento da pessoa física. Outra palavra chave é “sincretismo”. A medir por sua cúpula, a igreja evangélica virou uma mistura de macumba, protestantismo e catolicismo. Tem igreja que se diz evangélica promovendo “marcha do sal”: você atravessa um tapete de sal grosso, sob a bênção dos pastores, e se livra de mal olhado, dívida, e tudo que é tipo de doença. Já vi igreja que se diz evangélica distribuir cajado com água do Jordão (i.é, um canudo de bic com água de pia), para quem desejasse ungir o seu negócio, isto é, o seu business. Lembro de assistir a um programa de TV onde o apresentador prometia que Deus liberaria a unção da casa própria para quem se tornasse um mantenedor financeiro de sua igreja.

O povo religioso é supersticioso e cheio de crendices. Assim como o Brasil. Somos filhos de portugueses, índios, africanos, e muitos imigrantes de todo canto do planeta. Falar em espíritos na cultura brasileira é normal. Crescemos cheios de crendices: não se pode passar por baixo de escada; gato preto dá azar; caiu a colher, vem visita mulher, caiu garfo, vem visita homem; e outras tantas idéias sem fundamento. Somos assim, o povo religioso é assim. Tem professor de universidade federal dando aula com cristal na mão para se energizar enquanto fala de filosofia.

E a cúpula evangélica aproveita a onda e pratica um estelionato religioso: oferece uma proposta ritualística que aprisiona, promove a culpa e, principalmente, ilude, porque promete o que não entrega. Aliás, os jornais começam a noticiar que os fiéis estão reivindicando indenizações e processando igrejas por propaganda enganosa.

O evangelho dos evangélicos é estratificado. A base é movida pela ingenuidade e singeleza da fé, e a cúpula é oportunista. A base transita entre o catolicismo, o protestantismo e as religiões-afro, e a cúpula é pragmática. A base é cheia de crendices e a cúpula pratica o estelionato religioso.

O evangelho dos evangélicos é mercantilista, de lógica neoliberal. Nasce a partir dos pressupostos capitalistas, como, por exemplo, a supremacia do lucro, a tirania das relações custo-benefício, a ênfase no enriquecimento pessoal, a meritocracia – quem não tem competência não se estabelece. Palavra chave: prosperidade. Desenvolve-se no terreno do egocentrismo, disfarçado no respeito às liberdades individuais. Palavra chave: egoísmo. Promove a desconsideração de toda e qualquer autoridade reguladora dos investimentos privados, onde tudo o que interessa é o lucro e a prosperidade do empreendedor ou investidor. Palavra chave: individualismo. Expande-se a partir da mentalidade de mercado. Tanto dos líderes quanto dos fiéis. Os líderes entram com as técnicas de vendas, as franquias, as pirâmides, o planejamento de faturamento, comissões, marketing, tudo em favor da construção de impérios religiosos. Enquanto os fiéis entram com a busca de produtos e serviços religiosos, estando dispostos inclusive a pagar financeiramente pela sua satisfação. Em síntese, a religião na versão evangélica hegemônica é um negócio.

O sujeito abre sua micro-empresa religiosa, navega no sincretismo popular, promete mundos e fundos, cria mecanismos de vinculação e amarração simbólicas, utiliza leis da sociologia e da psicologia, e encontra um povo desesperado, que está disposto a pagar caro pelo alívio do seu sofrimento ou pela recompensa da sua ganância.

Em terceiro lugar, o evangelho dos evangélicos é mágico. Promove a infantilização em detrimento da maturidade, a dependência em detrimento da emancipação, e a acomodação em detrimento do trabalho.

Pra ser evangélico você não precisa amadurecer, não precisa assumir responsabilidades, não precisa agir. Não precisa agregar virtudes ao seu caráter ou ao processo de sua vida. Primeiro porque Deus resolve. Segundo porque se Deus não resolver, o bispo ou o apóstolo resolvem. Observe a expressão: “Estou liberando a unção”. Pensando como isso pode funcionar, imaginei que seria algo como o apóstolo ou bispo dizendo ao Espírito Santo: “Não faça nada por enquanto, eles não contribuíram ainda, e eu não vou liberar a unção”.

Existe, por exemplo, a unção da superação da crise doméstica. Como isso pode acontecer? A pessoa passa trinta anos arrebentando com o seu casamento, e basta se colocar sob as mãos ungidas do apóstolo, que libera a unção, e o casamento se resolve. Quem não quer isso? Mágica pura.

O sujeito é mau-caráter, incompetente para gerenciar o seu negócio, e não gosta de trabalhar. Mas basta ir ao culto, dar uma boa oferta financeira, e levar para casa um vidrinho de óleo de cozinha para ungir a empresa e resolver todos os problemas financeiros.

Essa postura de não assumir responsabilidades, de não agir com caráter, e esperar que Deus resolva, ou que o apóstolo ou bispo liberem a unção tem mais a ver com pensamento mágico do que com fé.

Em quarto lugar, o evangelho dos evangélicos tem espírito fundamentalista. Peço licença para citar Frei Beto: “O fundamentalismo interpreta e aplica literalmente os textos religiosos, não sabe que a linguagem simbólica da Bíblia, rica em metáforas, recorre a lendas e mitos para traduzir o ensinamento religioso.” O espírito fundamentalista é literalista, e o mais grave é que o espírito fundamentalista se julga o portador da verdade, não admite críticas, considerações ou contribuições de outras correntes religiosas ou científicas.

Quem tem o espírito fundamentalista não dialoga, pois considera infiéis, heréticos, ou, na melhor das hipóteses, equivocados sinceros, todos os que não concordam com seus postulados, que não são do mesmo time, e não têm a mesma etiqueta. Quem tem o espírito fundamentalista se considera paradigma universal. Dialoga por gentileza, não por interesse em aprender. Ouve para munir-se de mais argumentos contra o interlocutor. Finge-se de tolerante para reforçar sua convicção de que o outro merece ser queimado nas fogueiras da inquisição. Está convencido de que só sua verdade há de prevalecer.

Mais uma vez Frei Beto: “o fundamentalista desconhece que o amor consiste em não fazer da diferença, divergência”. Por causa do espírito fundamentalista, o evangelho dos evangélicos é sectário, intolerante, altamente desconectado da realidade. O evangelho dos que têm o espírito do fundamentalismo é dogmático, hermético, fechado a influências, e, portanto, é burro e incoerente.

Em quinto lugar, o evangelho dos evangélicos é um simulacro. Simulacro é a fotografia mais bonita que o sanduíche. Não me iludo, o evangelho dos evangélicos é mais bonito na televisão do que na vida. As promessas dos líderes espirituais são mais garantidas pela sua prepotência do que pela sua fé. Temos muitos profetas na igreja evangélica, mas acredito que tenhamos muito mais falsos-profetas. Os testemunhos dos abençoados são mais espetaculares do que a realidade dos cristãos comuns. De vez em quando (isso faz parte da dimensão masoquista da minha personalidade) fico assistindo estes programas, e penso que é jogada de marketing, testemunho falso. Mas o fato é que podem ser testemunhos por amostragem. Isto é, entre os muitos que faliram, há sempre dois ou três que deram certo. O testemunho é vendido como regra, mas na verdade é apenas exceção.

A aparência de integridade dos líderes espirituais é mais convincente na TV e no rádio do que na realidade de suas negociatas. A igreja evangélica esta envolvida nos boatos com tráficos de armas, lavagem de dinheiro, acordos políticos, vendas de igrejas e rebanhos, imoralidade sexual, falsificação de testemunho, inadimplência, calotes, corrupção, venda de votos.

A integridade do palco é mais atraente do que a integridade na vida. A fé expressa no palco, e nas celebrações coletivas é mais triunfante, do que a fé vivida no dia a dia. Os ideais éticos, e os princípios de vida são mais vivos nos nossos guias de estudos bíblicos e sermões do que nas experiências cotidianas dos nossos fiéis. Os gabinetes pastorais que o digam: no ambiente reservado do aconselhamento espiritual a verdade mostra sua cara.

Estratificado, mágico, mercantilista, fundamentalista, e simulacro. Eis o evangelho dos “evangélicos”.

Fonte: KIVITZ, Ed René. O evangelho dos evangélicos. Disponível em: http://www.outraespiritualidade.blogspot.com

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A sã doutrina está sob ameaça quando...





Gr. hupokrisía,as (forma posterior) e hupókrisis,eós 'resposta, resposta de oráculo; ação de desempenhar um papel, uma peça, uma pantomima; desempenho teatral, declamação; simulação, dissimulação, falsa aparência'

Nós, cristãos conservadores, somos muitos preocupados com o relativismo quando falamos de preservação doutrinária. É, realmente, impossível crer em doutrinas da fé cristã e ainda ser um relativista prático. Bem que nenhum relativista é totalmente prático e coerente, pois todos os humanos vivem em função de crenças. O relativismo é uma "doutrina que segundo a qual os valores morais não apresentam validade universal e absoluta, diversificando-se ao sabor de circunstâncias históricas, políticas e culturais" (Houaiss).

Mas seria o relativismo a única ameaça para as doutrinas da fé cristã? Longe disso, pois a principal ameaça reside justamente no cristianismo prático que nós dizemos viver. O mundo pós-moderno ou ultramoderno, como queiram definir, cobra coerência dos crentes de qualquer crença, mesmo que eles sejam os primeiros hipócritas. Sim, hoje somos mais cobrados pela coerência entre a nossa fé (que pregamos) e a nossa prática (que vivemos).

E aí? A sã doutrina está sob ameaça quando não vivemos o que pregamos. Mas você já ouviu esse discurso moralista por aí. Não preciso lembrar que nós devemos ser coerentes. Mas também não se engane. Nunca seremos totalmente coerentes. A nossa fé é de uma beleza tal que nós somos maus demais para vivê-la integralmente, mesmo sabendo que contamos com a graça divina para tal. Porém, devemos lutar contra a hipocrisia, mas ela sempre será uma das nossas principais tentações. É o teatro da vida querendo nos conquistar.

Lutando contra a hipocrisia....

O primeiro caminho para vencer a hipocrisia é reconhecer a nossa limitação. Uma das grandes verdades do cristianismo é a realidade presente do pecado na vida do homem, mesmo que esse seja regenerado, pois "se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós" (I Jo 1.8). A nossa era é a muito hipócrita, pois todo mundo se acha "bonzinho". O segundo caminho para vencer a hipocrisia é nunca vender a imagem de sócio do céu. Não façamos marketing pessoal da santidade, pois enganar pessoas é fácil, mas a Deus é impossível. O terceiro caminho é tomar cuidado com ambientes rígidos demais, muito legalista. O que move o legalismo, muitas vezes, não é o desejo de santidade, mas sim a dissimulação do pecado.

Sim, a sã doutrina é ameaçada pelo relativismo, pelo descaso com o estudo bíblico, mas também pela hipocrisia nossa de cada dia. Parece que Jesus não gostava muito de gente que vendia a imagem de piedosa e era, na verdade, outra coisa (Mt 23.28; Mc 12.15; Lc 12.1. cf. Mt 6.2; 6.5; 6.16; 7.5; 15.7; 23.13; 24.51 e Lc 13.15). Por isso, quando fizermos o papel de exortadores, que também sejamos moderados pela lembrança de que somos humanidade caída.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Temos provocado um Deus santo!



Por Antônio Carlos Costa

Há certos temas que são recorrentes na maior parte dos púlpitos brasileiros. Percebe-se a igreja, por exemplo, bastante preocupada com pedofilia, lei da homofobia, aborto, pornografia, divórcio. Por motivo de integridade intelectual, não se pode crer no Novo Testamento e menosprezar esses assuntos. A liberdade de expressão, os direitos da criança, a santidade da vida humana, a pureza sexual e a importância do matrimônio são valores inegociáveis do cristianismo. Teme-se que se essas iniquidades não forem combatidas pela igreja, Deus julgará o seu povo.

Temos motivos, de fato, para nos preocupar. Porém, muito mais amplos do que o que inquieta a maior parte da igreja. Por que? Porque essas não são as únicas transgressões que a Bíblia denuncia e condena. Há iniquidades, tão graves quanto as supramencionadas, que passam despercebidas por aqueles cujos nomes constam no rol de membros das igrejas brasileiras, e presentes de modo histórico, disseminado e crônico no Brasil.

Não se menciona nos nossos púlpitos a desigualdade social, os casos de homicídio, as péssimas condições de moradia do pobre, a superlotação dos presídios, os salários baixos, a fome, a condição precária dos hospitais, a falta de acesso a educação de qualidade. Como pensar que seremos julgados por Deus pela prática daqueles pecados e não destes? O fato de uns estarem em vias de ser institucionalizados e outros não, não faz diferença, pois jamais houve o caso de um povo ser justificado diante de Deus pela beleza da sua legislação. A lei sem obras é morta.

Tem que ser igualmente enfatizado que o juízo sempre começa pela casa de Deus. O que falar dos que dizem representar os interesses da igreja nas assembléias legislativas estaduais e Congresso Nacional, eleitos com o voto do crente, em campanhas realizadas no horário do culto a Deus? Alguns são reputados como os mais reacionários, vaidosos, alienados, corruptos que se tem notícia. Como deixar de fazer menção das igrejas que lavam dinheiro? Como não mencionar os pastores que deixam suas congregações se transformarem em currais eleitorais de canalhas, em troca de concessão de rádio, aparelhagem de som, legalização de propriedade e tijolo para construir templo?

Não podemos deixar de deplorar as grandes mobilizações -marchas ufanistas-, capazes de levar milhares para as ruas para nada, absolutamente nada. Pessoas são assassinadas aos milhares nas cidades brasileiras, dinheiro público escoa pelo bueiro da corrupção, metade da população habita em bairros sem rede de esgoto, e a igreja se reúne, em número incontável, nas principais cidades do Brasil, sem anunciar que está indo para as ruas a fim de combater essas provocações à santidade de Deus. Qual o motivo de uma passeata pelos direitos e garantias fundamentais do povo brasileiro jamais ter sido realizada pela igreja? A preocupação com a vida, no seu sentido mais amplo, não está presente nos corações dos seus membros, uma vez que estes encontram-se completamente alheios à obscenidade da violação dos direitos humanos, na maioria das vezes perpetrada pelo próprio Estado.

Deixaremos de denunciar as nossas instituições de ensino teológico, muitas das quais, ensinam o exato oposto proclamado pelas Escrituras Sagradas, sem ter quem faça oposição? De igual modo, muitos dos nossos pastores terão que, antes de denunciar os pecados dos de fora, aprender a se desfazer das jóias de ouro que ostentam, dos ternos caríssimos que exibem, dos carros luxuosos que expõe como troféus do seu desempenho e padrão de vida endossado por uma teologia que só serve para justificar a riqueza dos profetas de causa própria, enquanto uma massa de crentes é mantida no padrão social dos mais baixos do país. Igualmente, convém proclamar, que envergonham os céus, campanhas para levantamento de ofertas que fazem tropeçar todo e qualquer brasileiro que tem cérebro, uma vez que apelam para a ignorância e crendice, num contexto de total falta de transparência da administração financeira de instituições evangélicas.

As afrontas a Deus, tanto na nossa nação quanto na igreja, são mais amplas e sérias do que pensamos. Temos provocado um Deus Santo. Por isso, o desrespeito da população brasileira pela igreja, o desprezo pela função do pastor, a falta de interesse dos meios de comunicação pelo que a igreja pensa. Perdemos credibilidade. Setores inteiros da nossa sociedade não conseguem se imaginar presentes em cultos barulhentos, onde não se fala coisa com coisa e dirigidos por homens de vida dúbia.

As maiores ofensas a Deus que ocorrem na nossa nação, só serão combatidas pela igreja, quando esta deixar de agir de modo espasmódico, ingênuo, estreito, superficial. Esses batalhas não se vencem sem evangelização que prega arrependimento para com Deus e fé em Jesus Cristo, oração, protesto nas ruas, busca de informação, pressão sobre as três esferas de poder da república, entre outras ações mais, tão ausentes da práxis das igrejas do nosso país. O que houve conosco? Somos protestantes. Atrás de nós, há uma legião de homens e mulheres, que -por crerem no que creram- protestaram, vindo a selar seu testemunho com seu próprio sangue.

Enquanto nossa mensagem for determinada por uma pregação estranha às reais demandas morais e espirituais do Brasil, carente de relevância, pobre de pertinência histórica, destituída de discernimento temporal e privada de fidelidade às Escrituras, continuaremos a deixar de pregar sobre aquilo que tão extensamente encontramos nos textos proféticos da Bíblia, e que seria proclamado com clareza, paixão e ousadia por qualquer profeta do passado que estivesse em nosso lugar -homens que costumavam ser valentes não apenas dentro do templo-, mas nos locais onde as verdades referentes às demandas do direito e da justiça tinham que fluir como um grande e caudaloso rio.



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Seguir Jesus


Quando leio sobre os chamados dos doze discípulos, observo que em primeiro lugar, eles foram impactados com a presença de Jesus e após esse impacto Jesus os convidam a segui-lo, eles tiveram que deixar tudo para trás, toda a sua cultura, filosofia, crenças, riquezas, e outras coisas que o prendiam em suas vidas, para seguir aquele que iria salvar a humanidade, no decorrer do Novo Testamento vamos ler várias experiências que estes apóstolos tiveram para levar o evangelho de Jesus, perseguições eles sofreram em nome de Jesus, mas faziam com a firmeza de sua fé, levando o nome de Jesus em todo o lugar que eles passavam, muitos foram feitos martírio por não negarem a sua fé.


E hoje irmãos eu pergunto a vocês, seguir a Jesus é fácil? Eu respondo rapidamente com um não; muitos acham que virar cristão é só benção e propriedade, mas esse não é o evangelho de Jesus, ele nos convida a nos unirmos a ele para levarmos o seu nome, como ele levou o nome do Pai, renunciando as coisas deste mundo e ele diz mais; tendes bom ânimo, pois eu venci o mundo, Ele nos convida a nos unirmos com ele na cruz, ao seu sofrimento, pegando a nossa cruz e seguindo-o.

Jesus quer que seu Reino seja estabelecido e conhecido aqui na terra e é para isso que ele nos chama a cada dia, o resto irmãos é conseqüência da nossa obediência, porque ele se agrada em realizar o desejo do nosso coração quando ele nos reconhece como discípulos, ou melhor, filhos dEle.

Mas que possamos viver o verdadeiro e genuíno evangelho, não deixando nossas fraquezas e vaidades deturparem o verdadeiro significado de seguir a Jesus.

Sofra pelo nome dEle, se sacrifique por Ele, como Ele se sacrificou por nós, leve o seu nome e poder, através do seu testemunho de vida, como os discípulos faziam, aproveitem cada oportunidade para apresentar esse Jesus Salvador às pessoas que ainda não o conhecem verdadeiramente.

Seja um canal, é para isso que Jesus te chamou, ele quer que todos conheçam seu nome e poder, então não fique se preocupando com as demais coisas, porque isso, as demais coisas ele te acrescentará. A palavra Dele é viva e eficaz, não falha, então somente creia e segue a Jesus verdadeiramente, não somente em palavras, mas também em atitudes.

E que o poder do Espírito Santo venha sobre você quando ler estas linhas, te enchendo de unção e autoridade para profetizar sobre os enfermos, órfãos e cativos, porque irmãos o nome e o sangue de Jesus é que tem todo o poder sobre a terra, em cima e debaixo dela para fazer todas as coisas.

Receba o Espírito Santo ai onde você estiver agora, ele quer intimidade com você para te fazer vaso na mão dele, diga agora estou aqui senhor, faça a tua vontade e não a minha.

Que você tenha uma experiência neste exato momento com o Espírito Santo, o conheça, e que ele se revele a você neste momento, seja cheio, cheio, cheio dEle.

Receba agora

Em Nome De Jesus!






Santidade gera profundidade



Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. ( I Pedro 1:15)

Nós cristãos, tementes a Jesus Cristo buscamos todos os dias nos santificarmos para sermos o mais parecido com Ele, que foi santo até o fim.

Quando penso sobre santidade me vem à cabeça o estado de sacrifício, isso porque para sermos ou buscarmos a santidade precisamos matar a nossa carne todos os dias, nos ligando a Jesus Cristo em espírito para resistirmos a nossa natureza humana; além disso, precisamos desejar como o bebê deseja o leite materno, a palavra de Deus e seus mandamentos para nossa sobrevivência e nosso crescimento espiritual; deixando assim de sermos meninos diante Dele.

O caminho para a santificação é-nos achegarmos a Jesus Cristo como Ele se chegou ao Pai, buscando essa intimidade e esse relacionamento. Quando nos achegarmos a Cristo, Ele também se chegará a nós, isso gerará um relacionamento e um relacionamento gerará intimidade, e nesta intimidade, Ele Jesus Cristo virá nos discípular individualmente como íntimos, como fez com seus discípulos; através do seu Espírito Santo nos trará a revelação de sua palavra o que fará nós mergulharmos em uma profundidade espiritual.

Jesus não quer um monologo conosco e sim um diálogo, Ele quer nos chamar não somente de filhos, mas também de amigos, mas para isso os nossos ouvidos e olhos espirituais precisam ser livres e ativados, precisamos nos desconectar deste mundo entrando em um estado de intimidade com o nosso Pai através de uma busca constante da santidade.

Que em nosso corpo, alma e espírito haja um despertamento para a busca da santidade.

Fiquem com o Espírito Santo de Deus que tem todo o poder para nos purificar através do sangue de Jesus Cristo!

Graça e paz!

Escrito por: Viviane Barboza.



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Assembleia de Deus em Alagoas completa 96 anos

Igreja é liderada há 25 anos pelo pastor José Antonio dos Santos



1º e atual templo central da AD em Alagoas

Quem diria que um simples culto no bairro do Trapiche, na casa de um pescador, se transformaria em uma obra tão grandiosa em Alagoas. Nesta quinta-feira (25 de agosto), faz exatamente 96 anos que a Assembleia de Deus foi fundada no Estado pelo missionário sueco Otto Nelson. Atualmente, o fogo pentecostal da denominação está no comando do pastor José Antonio dos Santos, o pastor Neco. Confira a história da igreja:

Quando os missionários suecos Otto e Adina Nelson pisaram em solo alagoano, em 1915, tinham na bagagem a promessa de que Deus iria fazer uma grande obra em Alagoas. E não foi diferente. A Missão Fé Apostólica (primeiro nome da denominação) se transformou na maior igreja evangélica do Estado: Assembleia de Deus de Missão.

Mas, antes disso, um dos pioneiros da Assembléia de Deus no Brasil, que iniciava a obra pentecostal em solo brasileiro em Belém, do Pará (marco inicial da igreja no País), veio a Alagoas para semear o evangelho. Na manhã do dia 1º de maio de 1915, no modesto cais do porto do bairro de Jaraguá, desembarcou o jovem missionário de origem sueca Gunnar Vingren. Ao desembarcar em Maceió, Gunnar dirigiu-se para a casa do irmão Simplício, quando participou de um culto com nove crentes, membros de igrejas tradicionais, os quais não haviam ouvido falar sobre a doutrina pentecostal, e, principalmente, sobre o batismo com o Espírito Santo.

Os dias se passavam depressa, e Gunnar Vingren não desperdiçava o tempo que tinha para evangelizar a cidade - na época Maceió tinha pouquíssimos bairros. Quase todos os dias ele realizava cultos poderosos, marcados pela presença do Espírito Santo. Os cultos eram realizados no Trapiche da Barra, na casa do irmão Simplício, e eram notadamente marcados pelo derramamento do Espírito. Gunnar Vingren conta em seu diário que em um desses cultos, enquanto ele estava orando para o Senhor fazer maravilhas no meio do povo que estava presente, “um homem foi alcançado pelo poder de Deus de maneira tão forte, que, por duas vezes, foi levantado bem alto do chão. Louvei muito ao Senhor, e senti grande gozo no meu Deus”.

Depois de alguns dias, Gunnar Vingren passou a se hospedar e realizar os cultos na casa de um irmão chamado “Candinho”, que alegremente recebeu o missionário em seu lar. No dia 28 de maio de 1915, foi batizado com o Espírito Santo, sendo o primeiro crente alagoano a receber a promessa pentecostal. Mesmo diante da firmeza, tanto bíblica, quanto doutrinária e teológica do missionário com respeito à doutrina, ele enfrentou muita resistência e dureza de coração, da parte daqueles que combatiam veementemente o ensino bíblico sobre o batismo e os dons que são concedidos pelo Espírito Santo.

Após o término do seu curto ministério em terras alagoanas, Gunnar Vingren retornou para Belém do Pará, onde morava. Ele veio a Alagoas, oito anos depois, em outubro de 1923, para participar da primeira convenção da igreja no Estado.

A chegada de Otto Nelson em Maceió

Em 21 de agosto de 1915, depois de uma viagem de nove dias, Otto Nelson chegou em Maceió. Otto ficou na humilde casa do pescador Balbino Gomes, localizada na Rua dos Pescadores, atual Rua José Marques Ribeiro, no bairro do Trapiche da Barra.

O pescador Balbino Gomes era uma das seis pessoas que haviam se convertido no período que o missionário Gunnar Vingren havia visitado Alagoas, e, agora, tornar-se-ia o hospedeiro de Otto Nelson. Quatro dias após a chegada de Otto, precisamente em 25 de agosto de 1915, ele realizou oficialmente o primeiro culto da Assembléia de Deus de Missão em Alagoas.

Otto Nelson enfrentou provas e perseguições até construir o primeiro templo da Assembléia de Deus em Alagoas. Após cinco anos de intenso trabalho, Otto Nelson viajou com a sua esposa para a Suécia com o propósito de arrecadar dinheiro. Após visitar diversas cidades, Nelson viajou para os Estados Unidos, onde também apresentou a necessidade do templo em Alagoas. E lá conseguiu dinheiro suficiente para iniciar a construção. Com capacidade para acomodar cerca de trezentas pessoas, em 22 de outubro de 1922 foi inaugurado o templo-sede, no Trapiche da barra, sendo o terceiro da Assembléia de Deus no Brasil.

A obra de evangelização também se expandiu para o interior de Alagoas. Otto deixou com a esposa a liderança do trabalho do Senhor na capital e viajou sozinho para ganhar almas em algumas cidades e vilas interioranas de Alagoas.

Assembleia de Deus

No ano seguinte à inauguração do templo, ou seja, em outubro de 1923, dos dias 21 a 28, foi realizada a primeira convenção estadual e escola bíblica de obreiros, que marcou profundamente os crentes alagoanos. Estiveram presentes personalidades ilustres da Assembleia de Deus no Brasil.

Em 1927, Otto Nelson viajou para a Suécia com a sua família, com o propósito de descansar um pouco, pois achava-se debilitado pelos anos de trabalho em Alagoas. Ele passou dois anos em sua terra natal, só retornando em 1929. Enquanto estava na Suécia, sentiu que o seu tempo em Alagoas havia terminado e que deveria seguir adiante. Ao retornar para Maceió, ele comunicou à igreja sua decisão. Porém, zeloso como era pela obra que havia iniciado a custo de muitas aflições e lágrimas, Otto Nelson não saiu imediatamente de Alagoas, mas aguardou que o missionário Gunnar Vingren enviasse o seu substituto. Em janeiro de 1930, chegou a Maceió o casal de missionários Algot e Rosa Svensson, vindos de Belém do Pará.

Fonte: AD Alagoas



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A MORTE DE UMA IGREJA

As sete igrejas da Ásia Menor, conhecidas como as igrejas do Apocalipse, estão mortas. Restam apenas ruínas de um passado glorioso que se foi. As glórias daquele tempo distante estão cobertas de poeira e sepultadas debaixo de pesadas pedras. Hoje, nessa mesma região tem menos de 1% de cristãos. Diante disso, uma pergunta lateja em nossa mente: o que faz uma igreja morrer? Quais são os sintomas da morte que ameaçam as igrejas ainda hoje?

1. A morte de uma igreja acontece quando ela se aparta da verdade.Algumas igrejas da Ásia Menor foram ameaçadas pelos falsos mestres e suas heresias. Foi o caso da igreja de Pérgamo e Tiatira que deram guarida à perniciosa doutrina de Balaão e se corromperam tanto na teologia como na ética. Uma igreja não tem antídoto para resistir a apostasia e a morte quando a verdade é abandonada. Temos visto esses sinais de morte em muitas igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações histórias capitularam-se tanto ao liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento dessas igrejas por um lado ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a santidade.

2. A morte de uma igreja acontece quando ela se mistura com o mundo. A igreja de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros. Na igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido.

3. A morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta. A igreja de Laodicéia considerava-se rica e abastada, quando na verdade era pobre e miserável. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma igreja nunca está tão à beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.

4. A morte de uma igreja acontece quando ela não associa a doutrina com a vida. A igreja de Éfeso foi elogiada por Jesus pelo seu zelo doutrinário, mas foi repreendida por ter abandonado seu primeiro amor. Tinha doutrina, mas não vida; ortodoxia, mas não ortopraxia; teologia boa, mas não vida piedosa. Jesus ordenou a igreja a lembrar-se de onde tinha caído, a arrepender-se e a voltar à prática das primeiras obras. Se a doutrina é a base da vida, a vida precisa ser a expressão da doutrina. As duas coisas não podem viver separadas. Uma igreja viva tem doutrina e vida, ortodoxia e piedade.

5. A morte de uma igreja acontece quando falta-lhe perseverança no caminho da santidade. As igrejas de Esmirna e Filadélfia foram elogiadas pelo Senhor e não receberam nenhuma censura. Mas, num dado momento, nas dobras do futuro, essas igrejas também se afastaram da verdade e perderam sua relevância. Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração. Um recente estudo revela que a terceira geração de uma igreja já não tem mais o mesmo fervor da primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: como será nossa igreja nas próximas gerações? Que tipo de igreja deixaremos para nossos filhos e netos? Uma igreja viva ou igreja morta?

Ore e pense nisso!
Abraços,

Dc. Paulo Henrique.